MP pede novas diligências em investigação sobre violação do escritório de pré-candidata à presidência da OAB-DF. Escritório do atual presidente é o suspeito

Ministério Público pede à Justiça que ouça Délio Lins e Silva
O Ministério Público (MP) requisitou à Justiça, nesta segunda-feira (26), mais diligências no inquérito que investiga a violação do escritório da advogada especialista em Direito Previdenciário e pré-candidata à OAB-DF, Thais Riedel. Em parecer encaminhado à Justiça, o MP pede que seja ouvido Délio Lins e Silva - pai e sócio do atual presidente da OAB-DF Délio Lins e Silva Jr-, e Emerson, funcionário deles. Thais Riedel, vítima da violação, também deve ser ouvida.
Em maio passado, foi divulgado pela imprensa que o presidente do Sindicato dos Empregados em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do DF (Sindecof-DF), Douglas Cunha, esteve no escritório de Thais Riedel sete vezes em três meses. A informação não foi repassada pelo escritório da advogada e, portanto, há suspeitas de que tenha ocorrido violação do seu escritório, o que é crime. Para apurar os fatos, Thais buscou a delegacia e registrou ocorrência.
Durante as investigações, ficou comprovado que o escritório de Délio Lins e Silva Jr solicitou relatório de visitas de Douglas Cunha ao prédio onde ficam seu escritório e de Thais Riedel.
“A inviolabilidade do escritório do advogado é uma prerrogativa profissional, é uma garantia para a sociedade. É a certeza de que o cliente pode entregar todas as suas informações para que o advogado prepare sua defesa sem que ninguém, além do advogado, tome conhecimento do conteúdo. O que aconteceu no meu escritório é muito sério, é crime e precisa ser rigorosamente averiguado”, conta Thais Riedel.
Na última sexta-feira (23), Thais Riedel ingressou com representação no Conselho de Ética da OAB Nacional contra Délio Lins e Silva Jr e o acusa de ter usado politicamente a informação obtida com a violação do seu escritório.
“É inaceitável que o atual presidente da OAB-DF tenha apequenado de maneira tão vil a nossa profissão e o processo democrático, visto que a utilização das informações, frutos da violação, tiveram nítido fim de atingir uma concorrente nas eleições que se avizinham”, comenta.
A Justiça não tem prazo para decidir se acata ou não o pedido para as oitivas, mas o Ministério Público pediu 90 dias para cumprir as diligências.