Câncer infantil, como a leucemia, requer diagnóstico precoce para a recuperação

 

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Câncer infantil, como a leucemia, requer diagnóstico precoce para a recuperação

 

Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (23/11) reforça importância da ação precoce para aumentar chances de recuperação

 

O câncer infantil é uma doença que requer atenção especial e, principalmente, um diagnóstico precoce para aumentar substancialmente as chances de recuperação.  Os tratamentos para os diversos tipos de câncer podem ser agressivos e, combinados com os efeitos da doença, têm um impacto psicológico grande para o paciente, para sua família e para os profissionais de saúde envolvidos nos casos. Dois fatores influem de maneira decisiva para o sucesso do tratamento: o comprometimento dos médicos e a ação rápida.

“Os tipos de câncer mais comuns na infância são as leucemias, cujos principais sinais são fraqueza, palidez, indisposição, hemorragia e infecções recorrentes”, conta a médica endocrinologista pediátrica do Exame Imagem e Laboratório/Dasa Fernanda Lopes. “Em segundo lugar em frequência temos os tumores do sistema nervoso central, que podem ter sintomas bem variados dependendo da sua localização e tamanho, que costumam incluir dor de cabeça persistente, dificuldade de enxergar, náuseas e vômitos”, continua.

De forma geral, o maior desafio a respeito do câncer infantil é justamente o diagnóstico precoce, que também é um dos fatores mais importantes para o tratamento eficaz. “Diferentemente do câncer em um paciente adulto, os tipos de tumores infantis têm substrato genético, e não comportamental. Frente a isso, as medidas preventivas têm pouco impacto, e é mais importante fazer o diagnóstico o mais rápido possível. Por isso, são sempre muito importantes as visitas rotineiras ao pediatra da criança para conseguir identificar certas alterações que podem indicar que algo não esteja correndo bem”, diz o oncologista pediátrico do Hospital Brasília Carlos Eduardo Araújo.

A grande maioria dos casos de leucemia em crianças envolve as formas agudas da doença, que se originam na medula óssea – responsável pela produção das células do sangue. As células malignas começam a se multiplicar de forma descontrolada e a ocupar espaço dentro da medula, prejudicando a produção das células normais, como glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos. Os sintomas se desenvolvem rapidamente por conta da baixa quantidade de células saudáveis e podem incluir anemia, infecções recorrentes e dificuldades na coagulação do sangue.

“A leucemia aguda é extremamente agressiva e pode matar em um período muito curto se não for tratada a tempo”, conta o hematologista e responsável técnico pelo Exame Imagem e Laboratório/Dasa Sandro Melim. “Por isso o diagnóstico precoce é vital para o combate a essa doença. O hemograma é o exame que traz uma suspeita muito forte de um caso de leucemia, pois pode detectar a baixa quantidade de células saudáveis ou a presença de células malignas no sangue. No laboratório, quando temos algum hemograma que indica suspeita de leucemia, nós imediatamente entramos em contato com o médico responsável pelo paciente ou até em contato com o próprio paciente para que esse diagnóstico seja feito e o tratamento comece o mais brevemente possível”, continua.

Feito o diagnóstico inicial, são realizados outros exames de imunofenotipagem, de biologia molecular e citogenética para detectar as características da doença da forma mais precisa possível para auxiliar no tratamento, que envolve principalmente quimioterapia, podendo ser usadas também a imunoterapia e, em alguns casos, drogas que atacam mutações específicas nas células cancerígenas.

“Na área da endocrinologia, nós tratamos comumente os cânceres de tireoide e de sistema nervoso central, geralmente na glândula hipófise”, conta Fernanda Lopes. “No câncer de tireoide, o principal sinal é um crescimento assimétrico da glândula ou a observação de um nódulo da região anterior do pescoço. Já o tumor no sistema nervoso central que mais envolve doenças endócrinas na pediatria é o craniofaringeoma, que é um tumor benigno, mas que possui comportamento maligno por crescer muito rapidamente e comprometer o espaço da hipófise e do nervo óptico. Os principais sintomas são dores de cabeça, comprometimento da visão e parada do crescimento por comprometimento hormonal”, continua.

Os diferentes tipos de câncer são especialmente perigosos em crianças, porque seu corpo ainda está em desenvolvimento e as células se multiplicam muito rápido, acelerando o andamento da doença em comparação com pacientes mais velhos. “As doenças pediátricas que podem levar à morte mexem muito com o profissional de saúde e especialmente com os familiares dos pacientes. São muitas intervenções, medicações, internações prolongadas e exaustivas e algumas dessas intervenções podem prejudicar o crescimento, levar à não evolução espontânea da puberdade e à infertilidade. Nossa prioridade com certeza é proteger a vida da criança, mas esbarramos em muitos desafios com as crianças que sobrevivem ao câncer”, finaliza.


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