José
Maurício Caldeira não imaginava tornar-se sócio acionista do Grupo Asperbras
quando se graduou em Administração e Contabilidade. Não passava em sua mente a
ideia de deixar São José do Rio Preto e mergulhar em outros continentes e
comandar grandes empreendimentos.
A
trajetória de sucesso de José Maurício Caldeira coincide com a da Asperbras,
que começou no ramo de implementos agrícolas para irrigação, avançando,
posteriormente, na fabricação de tubos de PVC e Rotomoldagem. O sucesso advindo
da qualidade de seus produtos impulsionou a companhia a tornar-se um grande
grupo empresarial, com atuações nas diversas áreas.
Atualmente, o grupo atua em vários Estados do Brasil, além de três outros continentes: África, Europa e América do Sul. Seus negócios abrangem os setores de alimentos, construções de infraestrutura, concessionárias de caminhões e ônibus, geração de energia passando também pela fabricação de placas de MDF e incorporação imobiliária.
DE
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO À ÁFRICA
Aos
13 anos de idade, Caldeira começou a trabalhar em escritórios de contabilidade
em São José do Rio Preto. Já aos 18, ingressou na faculdade para estudar
Administração de Empresas. Nesse período inicial de sua vida no mundo do
trabalho, o empresário jamais imaginou protagonizar grandes projetos, ligados
ao desenvolvimento de países como Angola e Congo.
Caldeira fundou seu próprio negócio em 1994. Depois de ter trabalhado por dez anos como administrador de rede de concessionárias e vendas de pneus, criou a consultoria JMC Consulting, que atualmente tonou se uma holding de investimentos pessoal fora do Grupo Asperbras. Ao ser indicado, em 2002, aos irmãos Roberto e Francisco Colnaghi, donos da Asperbras, para assessorar na internacionalização da empresa, período em que a ela estava prestes a iniciar seu primeiro empreendimento na África, Caldeira viveu um divisor de águas em sua carreira.
ANGOLA
PÓS-GUERRA CIVIL
O
empresário chegou ao país africano em um cenário pós-guerra. "Havia um
país para ser refeito ali", relembra ele. O início foi um negócio de
trading. Mas as demandas locais acabaram evoluindo e se transformando. Para
suprir as necessidades, como o fornecimento de materiais de construção, acabou
sendo desenvolvido um complexo industrial.
Obstáculos inesperados também surgiram como a grande barreira cultural, que iam de horários de expediente à postura perante o trabalho. "Respeitamos a cultura local, mas investimos na formação. Com isso, identificamos os melhores funcionários e proporcionamos a eles condições para que servissem de exemplo", frisa o empresário. "O resultado dessa política é que hoje temos baixa rotatividade de mão de obra. Há pessoas em Angola que estão conosco desde o início. Tudo isso foi uma experiência muito gratificante", resume.
DESAFIO
NO CONGO
José
Maurício Caldeira deu mais um passo ao lado da Asperbras, em 2011, com a
chegada da companhia ao Congo. A experiência angolana ajudou o grupo na
iniciativa de investir em um novo distrito industrial em Brazaville, capital do
país. Naquele período, a companhia chegou a empregar mais de cinco mil
trabalhadores. Fez parte do desafio da empreitada lidar com um país cuja língua
oficial é o francês. Uma das primeiras medidas adotadas consistiu em contratar
profissionais portugueses, que conseguiam fazer a comunicação fluir em
português e francês.
Caldeira frisa como um importante fator do sucesso a parceria com o presidente da Asperbras, José Roberto Colnaghi. Pondera que o otimismo e confiança de Colnaghi foram essenciais para atingir o equilíbrio nas decisões.
NOVOS
INVESTIMENTOS
A
Asperbras demonstrou confiança no país com investimentos arrojados em segmentos
diversificados em 2018, período bastante conturbado na economia do Brasil.
Apesar das incertezas no cenário econômico, a companhia inaugurou uma fábrica
de MDF em Água Clara (MS), a GreenPlac; uma usina sustentável em Guarapuava
(PR), a Abitte, uma nova marca para projeto imobiliários, que já lançou vários
empreendimentos e inaugurou a segunda fábrica de laticínios da Bonolat em
Penápolis (SP).