Durante a reunião anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões foram premiados o Gerente de Serviços Técnicos da Biogénesis Bagó, Reuel Luiz Gonçalves e a médica-veterinária, e consultora da empresa, Roberta Machado Ferreira Saran
Os frutos do trabalho feito pela Biogénesis Bagó dentro dos seis pilares da produção pecuária - Nutrição, Sanidade, Genética, Bem-estar animal, Gestão e Sustentabilidade - ganham cada vez mais destaque.
Durante a reunião anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE) realizada em Foz do Iguaçu (PR), foram premiados o Gerente de Serviços Técnicos da Biogénesis Bagó, Reuel Luiz Gonçalves, como Profissional de Destaque do Ano na Área Aplicada, conquistando o ‘Prêmio Roberto Jorge Chebel’, e a médica-veterinária e parceira da empresa, Roberta Machado Ferreira Saran, com o prêmio de Melhor Trabalho na Área Aplicada.
O ‘Prêmio Roberto Jorge Chebel’ é concedido ao profissional de campo com destaque na área, com relevantes serviços prestados à biotecnologia aplicada à reprodução animal, que tenham resultado em contribuição efetiva para o desenvolvimento da pecuária nacional.
Reuel Gonçalves conta que Roberto Jorge Chebel trabalhou em projetos ambiciosos e promissores pela inseminação artificial e transferência de embriões no Brasil. “Foi um incansável incentivador, com seu espírito irrequieto e dinâmico, sempre em busca do melhor e de seu crescimento. Além da competência técnica, tornou-se sinônimo de união, integração e cavalheirismo, inspirando, assim, a criação deste prêmio”.
O prêmio é estregue após a elaboração de uma lista tríplice, por parte de ex-presidentes e o atual da SBTE, e os indicados passam por um escrutínio pelos associados da entidade, sendo o mais votado o agraciado com o Prêmio.
“Este ano tive a honra de ser um dos indicados, sendo que só a indicação já era uma grande honra. Pela maioria dos votos dos associados presentes à XXXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, fui escolhido a receber o Prêmio Roberto Jorge Chebel”, afirma Gonçalves.
A trajetória de Reuel Luiz Gonçalves
Reuel Luiz Gonçalves é médico veterinário formado pela FCAV – UNESP campus de Jaboticabal em 1988. Cursou Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagens na ESALQ – USP em Piracicaba/SP de 1994 a 1998.
Foi Tenente Veterinário do Exército Brasileiro em 1989/90 e atuou como veterinário de campo em clínica e reprodução de equinos e bovinos durante 8 anos.
Trabalha na iniciativa privada desde 1996, sempre em cargos relacionados a serviços técnicos a campo, desenvolvendo trabalhos e buscando tecnologias para o desenvolvimento da pecuária nacional.
Ele participa das Reuniões da SBTE desde 2003 e se tornou associado nesse mesmo ano. Desenvolveu trabalhos junto a universidades e órgãos de pesquisas em busca manejos e ferramentas tecnológicas para serem aplicadas na Reprodução Animal.
“Nesta última reunião do SBTE, em parceria com veterinários e instituições de pesquisa e ensino, publicamos seis trabalhos na Área Aplicada, sendo que um deles foi premiado, o da Dra. Roberta Machado Ferreira Saran”, destaca.
Trabalho premiado
O trabalho premiado foi sobre Avaliação do uso de eCG reconstituída em D-cloprostenol (eCG combinada) em protocolos de IATF de vacas de corte zebuínas no Brasil. O objetivo do estudo, realizado de setembro a dezembro de 2020, ou seja, estação de monta daquele ano, foi o de avaliar se o uso da eCG reconstituída em prostaglandina F2a (PGF2a; D-cloprostenol), a eCG combinada, em protocolos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) de vacas de corte paridas resultando em semelhante taxa de concepção quando comparado ao protocolo tradicional com tais fármacos administrados separadamente.
A eCG, Gonadotrofina Coriônica Equina, é um hormônio corriqueiramente utilizado nos manejos reprodutivos de bovinos por possuir importante função de estimulação do crescimento folicular. “Via de regra, esse estímulo se mostra fundamental quando se trabalha com fêmeas de corte que estão em curto período pós-parição (30 a 60 dias pós-parto), com baixa oferta nutricional, com cria ao pé, magras, ou com algum outro desafio que afete o crescimento folicular”, explica Roberta Machado Ferreira Saran.
No Brasil, o sistema predominante de cria ocorre de forma extensiva, ou seja, as matrizes são mantidas exclusivamente a pasto, com baixa ou nenhuma suplementação nutricional. Nesse sistema, o volume e qualidade da pastagem depende diretamente de variáveis climáticas, como a pluviometria. Como na maioria dos casos a parição se concentra no período seco, as vacas passam boa parte do período pós-parto inicial em baixa oferta alimentar e o início da estação de monta (próximo ao início da estação de águas) é marcado por esse cenário. “Elas vêm de um período prolongado de estiagem e normalmente estão em baixa condição corporal devido ao déficit nutricional”, conta a pesquisadora. “Quando estão nutricionalmente deficientes elas param de ‘ciclar’, tornando difícil, então, a inseminação artificial baseada apenas na observação de cio”, relata.
As vacas, segundo ela, não entram em cio e dependendo do protocolo hormonal que for realizado para a inseminação, a resposta é muito baixa. “Quando elas entram nessa condição de aciclicidade, que chamamos de anestro pós-parto, elas secretam pouco LH, hormônio responsável pelo crescimento folicular final. Se este folículo não cresce, ela não ovula, e se ela não ovula, não emprenha”, esclarece a pesquisadora.
Roberta Machado Ferreira Saran detalha que a eCG, apesar de ser um hormônio proveniente de equinos, consegue se ligar a receptores foliculares de bovinos, acelerando seu crescimento para que alcance a capacidade ovulatória no momento adequado do protocolo. “Sabemos que é um hormônio extremamente necessário em protocolos de IATF de algumas categorias que têm maior desafio para promover um adequado crescimento folicular. A principal categoria é a de vacas pós-parto em anestro, muitas vezes relacionado à questão nutricional, como citado anteriormente, mas também muitas vezes é utilizado em protocolos de novilhas, especialmente naquelas que estão em maior desafio”, diz.
A pesquisadora conta que esse hormônio já é amplamente utilizado em protocolos de IATF, pois já foi provado que é necessário nestas situações. “Só que administrar a eCG significa dar uma injeção a mais em um momento do protocolo em que já são realizadas outras duas injeções (cipionato de estradiol e PGF2a) e outras atividades como a remoção do dispositivo intravaginal de progesterona e, em alguns casos, a marcação da cauda com identificadores de cio”, conta. “Nesse momento, os animais são submetidos a uma sequência de manejos que devem ser feitos com extremo critério e atenção, pois o erro de administração de qualquer um destes fármacos compromete o resultado final do protocolo e pode resultar em baixo sucesso em prenhez”, completa.
A eCG, comercialmente vem em formato de um pó liofilizado e quando os profissionais vão utilizá-la a campo, é feita a reconstituição desse pó no diluente que vem junto ao produto para ser administrada nos animais. “A ideia do trabalho foi de reconstituir a eCG na própria PGF2a que já seria administrada nesse momento, ao invés de usar o diluente que vem junto ao produto. Assim, teríamos um hormônio ‘2 em 1’ e conseguiríamos diminuir uma injeção nesse momento do protocolo de IATF, trazendo, assim, agilidade e praticidade ao manejo, minimizando a chance de erros e melhorando a condição de bem-estar dos animais”, descreve.
Roberta ainda explica que em muitas fazendas há uma grande limitação na mão de obra e poucos funcionários têm que executar todos esses manejos, tornando o processo lento e passível de erros. “Quanto mais injeções no protocolo, maior a possibilidade de errar, seja por esquecer de aplicar algum hormônio, perder-se na sequência de aplicações ou simplesmente por desatenção. Além disso, quanto mais demorado e agressivo é um manejo, maiores as chances de algum animal se deitar, pular ou se machucar no brete, o que gera prejuízos diretos e redução da prenhez”, detalha.
Roberta Saran explica que hoje a Biogénesis Bagó é a única empresa que tem a prostaglandina de 100 mL disponível no mercado. “Então, para fazer essa diluição de forma prática, é a melhor opção. Se utilizarmos outras prostaglandinas que são comercializadas em outros volumes, por exemplo, 20 mL, precisaríamos adquirir um frasco estéril vazio para fazer a mistura adequada e homogeneizar os dois ingredientes. Com o frasco de 100 ml, que é o Croniben da Biogénesis Bagó, apenas retira parte do volume de prostaglandina deste frasco para reconstituir as eCGs, homogeneíza, retorna a solução para o interior do frasco de 100 mL, homogeneíza novamente e está pronto para ser usado. É muito prático”, garante. “Só não podemos nos esquecer de que a eCG combinada à PGF também deve ser mantida em cadeia de frio para que não perca sua bioatividade, de forma semelhante à eCG convencional”, completa.
Resultados apontam aumento do índice de prenhez
Roberta Saran explica que as vacas que passaram pelo estudo responderam muito bem ao tratamento com a eCG combinada, com mais crescimento folicular, aumento da taxa de estro (56,2% x 66,6%) e da taxa de prenhez ao protocolo de IATF (50,5% x 66%), quando comparadas ao grupo controle, que não recebeu eCG.
Além disso, o desempenho reprodutivo das vacas tratadas com eCG combinada e convencional foi semelhante, comprovando que não há perda de eficiência com o uso do fármaco combinado. “É possível reconstituir a eCG em prostaglandina, mantendo a eficiência do protocolo, tanto em termos de crescimento folicular, números de animais que deram cio e taxa de concepção. Ela se mostrou uma excelente ferramenta, que já está disponível comercialmente, prática e fácil, possibilitando agilizar o manejo, tornando-o mais dinâmico, com menor possibilidade de erros e menor estresse por injeções nos animais”, diz.
Para o Country Manager da Biogénesis Bagó no Brasil, Marcelo Bulman, as duas premiações, de Reuel Luiz Gonçalves e Roberta Machado Ferreira Saran, representam o quanto a empresa investe nas mais altas tecnologias para a saúde animal e também nos profissionais que fazem a gestão das informações e a padronização de dados. “Somente com investimento em ciência, com profissionais do mais alto nível, junto a instituições responsáveis, conseguimos validar todo o trabalho a campo feito por mais de 100 médicos-veterinários da Biogénesis Bagó”, salienta. “Trabalhamos com uma linha de informações muito clara, com planejamento estratégico, metas assertivas e informações qualitativas para levar à indústria pecuária o que há mais eficiente para gerar resultados”, finaliza.
Sobre a Biogénesis Bagó
A Biogénesis Bagó, empresa líder nos principais mercados da América Latina, com projeção global, e comprometida com o desenvolvimento de soluções para a saúde e sustentabilidade da produção pecuária por meio da biotecnologia. A empresa desenvolve e comercializa produtos e serviços veterinários criados para garantir a saúde e melhorar a produtividade dos rebanhos bovinos de carne e leite. Conta com um portfólio de mais de 70 produtos e 650 registros em distintos países da América Latina, China e Ásia.
Com escritórios na Bolívia, Brasil, América Central, México, Uruguai e Ásia, sua sede está localizada na Argentina, com fábricas em Monte Grande e Garín (província de Buenos Aires). No Brasil, conta com uma planta fabril na cidade de Araçoiaba da Serra (SP).
A empresa é a maior provedora de vacinas antiaftosa do mundo, tanto que três em cada 10 vacinas antiaftosa aplicadas na América são produzidas pela Biogénesis Bagó. A capacidade anual de produção da empresa é de 400 milhões de doses de vacinas contra febre aftosa, 30 milhões de doses de vacina antirrábica e 100 milhões de doses de vacinas combinadas.
Em 2014, 2016, 2018 e 2020 foi nomeada pela revista inglesa Animal Pharm como a melhor empresa de saúde animal da América Latina.