Como ter uma equipe mais produtiva e motivada no trabalho?

 Por Betânia Machado, CEO da BM VAGAS e especialista em RH

A busca por uma equipe mais produtiva e motivada no ambiente de trabalho tem sido um dos maiores desafios enfrentados por empresas ao redor do mundo. A produtividade e o engajamento estão diretamente relacionados não apenas com a capacidade técnica dos colaboradores, mas também à sua saúde mental e ao alinhamento entre o profissional e a função que ocupa. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontou que a falta de estruturas adequadas e apoio no local de trabalho pode ter um impacto significativo na autoconfiança e na capacidade dos profissionais de desempenharem suas funções. 

Esse problema, no entanto, vai além de questões estruturais e toca na essência do que significa estar na vaga certa.

Na minha opinião, uma equipe motivada não pode ser construída apenas com treinamentos ou incentivos financeiros. É fundamental entender o papel do autoconhecimento e da adequação do profissional à vaga que ocupa. 

Quando um colaborador está mal alocado, ou seja, desempenhando funções que não correspondem às suas habilidades e interesses, ele não só compromete a própria saúde mental, mas também afeta diretamente os resultados da empresa. 

Esse desalinhamento traz uma carga mental negativa, que resulta em baixo desempenho, aumento de erros e, muitas vezes, em uma atmosfera de frustração no ambiente de trabalho.

A questão de estar ou não na vaga correta não é um problema exclusivamente do colaborador. Tanto a empresa quanto o profissional são responsáveis por garantir que essa relação funcione de forma eficiente. 

Infelizmente, o que vemos na prática é que muitas pessoas acabam reclamando das empresas onde trabalham por não conseguirem se desenvolver ou por não se sentirem valorizadas. Porém, a realidade é que a raiz do problema pode estar em uma escolha mal feita de carreira ou em um desconhecimento de si mesmo.

A vontade de "ganhar bem", sem um olhar crítico sobre o que realmente se quer e onde se tem habilidades, leva muitos profissionais a buscar vagas que simplesmente paguem melhor, sem considerar o impacto dessa escolha no longo prazo. 

Trabalhar em algo que não desperta interesse ou não está alinhado com as competências individuais gera insatisfação e estagnação. E, ao contrário do que muitos acreditam, só é possível manter um alto nível de rendimento e, consequentemente, ser bem remunerado, quando se está atuando em uma área em que se tem verdadeiro talento e motivação.

Em outras palavras, a única pessoa que pode barrar o crescimento de um profissional é ele próprio. Esse é um princípio básico que muitas vezes é negligenciado tanto pelas empresas quanto pelos colaboradores. 

Para alcançar uma carreira de sucesso e, ao mesmo tempo, manter uma equipe motivada, é fundamental que cada profissional desenvolva um profundo nível de autoconhecimento. 

Saber o que gosta de fazer, onde suas habilidades são mais úteis e em que tipo de ambiente trabalha melhor são fatores essenciais para o crescimento pessoal e profissional.

No mercado já existem métodos para entender as particularidades de cada profissional e garantir que ele seja direcionado para a vaga certa. Esse processo vai além de uma simples análise de currículo; trata-se de compreender o indivíduo em sua totalidade, seus valores, motivações e aspirações. 

No entanto, o que observamos é que muitos candidatos ainda não têm esse nível de clareza sobre si mesmos, o que acaba prejudicando tanto a sua própria trajetória quanto os resultados da empresa.

As empresas também têm sua parcela de responsabilidade nesse processo. Muitos erros são cometidos no recrutamento, na gestão de talentos e na definição de vagas. 

Um dos principais problemas é a falta de uma análise mais aprofundada das competências comportamentais e emocionais dos candidatos. Focar apenas em habilidades técnicas pode levar à contratação de pessoas que, embora qualificadas em termos de conhecimento, não têm o perfil adequado para a cultura ou as necessidades da empresa.

Outro ponto é que muitas empresas falham ao não oferecer um ambiente que favoreça o autodesenvolvimento e a motivação contínua. 

Sem estruturas que promovam o crescimento profissional e o bem-estar emocional, qualquer equipe, por mais talentosa que seja, pode se tornar improdutiva e desmotivada.

Ter uma equipe produtiva e motivada no trabalho é um desafio que começa com a correta alocação dos profissionais nas vagas certas. Isso requer não só um processo seletivo cuidadoso por parte das empresas, mas também um profundo nível de autoconhecimento por parte dos colaboradores. 

Somente quando cada profissional estiver no lugar certo, fazendo o que ama e com o suporte adequado, é que a produtividade poderá alcançar níveis elevados, trazendo resultados positivos tanto para a organização quanto para o indivíduo.

Assim, cabe a cada um, tanto empresas quanto profissionais, reconhecer a importância de estar no lugar certo e criar ambientes que promovam o desenvolvimento e o bem-estar de todos. 

Afinal, o sucesso no trabalho está diretamente ligado ao alinhamento entre as expectativas do colaborador e as demandas da função, além da capacidade de cada um em compreender e gerenciar suas próprias emoções e motivações.

Até o próximo artigo!


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem