Distrito Federal apresentou tendência de crescimento das exportações nos últimos 20 anos; em 2023, principais produtos exportados foram carnes de aves e soja, mas região possui outros setores da indústria com potencial para exportação
Por Mayara da Paz, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
O que antes era um sonho, hoje é realidade em 28 países. Há nove anos, o empresário Igor Ramon deu um passo importante para que o seu negócio atingisse outros públicos além do Distrito Federal. Dono da Kamaleão Color, loja de coloração capilar, ele conta que tudo começou na garagem da casa dos pais. Hoje, o cenário é outro – maior e internacional.
"Hoje a gente tem mais de 10 mil metros de indústria. São cinco fábricas, a gente trabalha toda a parte de exportação e estamos presentes em 28 países. Brasília é uma cidade fora do eixo. E ainda que o DF seja muito conhecido por ser uma cidade política, a região tem muito a oferecer para além disso. Nascemos pequenos e hoje estamos realizando o sonho de colorir o mundo", afirmou Igor.
O empresário é um dos beneficiados pela parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) que, por meio do evento DF para o mundo, oferece para as empresas da capital soluções de apoio à exportação para se prepararem para a entrada no mercado internacional. Fazem parte da iniciativa as secretarias de Relações Internacionais e de Desenvolvimento, Trabalho e Renda. Mais de 50 embaixadores estrangeiros estiveram presentes no seminário para conhecer empreendimentos brasilienses.
"É uma determinação do Governo Ibaneis Rocha dar todo suporte ao setor produtivo do Distrito Federal. É preciso exportar e mostrar o DF para o mundo. Brasília é o centro do poder, é o centro das decisões, mas nós temos que ver que aqui tem gente, tem indústria, tem um comércio pujante e uma agricultura forte", explicou o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto.
Segundo o secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Renda, Thales Mendes, o evento servirá para mapear as empresas da capital com capacidade de exportação e listar aquelas que já trabalham nesse ramo. A ideia é que seja criado um catálogo de produtos a serem ofertados a países com sede de embaixada em Brasília, que poderão fechar negócios.
"A importância desse cadastro é que a gente capacite essas empresas para que elas tenham condições de colocar os seus produtos e os seus serviços fora desse quadrilátero aqui do Distrito Federal. Nós temos programas de incentivo econômico, com redução de base de cálculo do ICMS, nós facilitamos o processo de importação de máquinas, equipamentos e produtos para quem atua aqui no DF. Nós estamos à disposição para criar programas e iniciativas que facilitem tanto a instalação quanto o funcionamento dessas empresas", ressaltou o chefe da pasta.
O secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, participou do evento de forma remota. Em seu discurso, ele destacou a potência do Distrito Federal para exportar produtos para os mais diversos países.
"Nascemos pequenos e hoje estamos realizando o sonho de colorir o mundo", disse o empresário Igor Ramon, um dos beneficiados pela parceria entre o GDF e a Apex Brasil |
"É uma iniciativa muito importante para o desenvolvimento da nossa economia e oportunidade para os empreendedores do nosso sítio federal mostrarem os seus produtos para o mundo. O Governo Ibaneis Rocha está inteiramente à disposição para ajudar nesta missão de levar o DF para o mundo e incentivar o empreendedorismo da capital", disse.
Para a diretora de negócios da Apex Brasil, Ana Paula Repezza, o Distrito Federal já possui uma cultura empreendedora, que será estimulada pela parceria com o GDF. Segundo estudos recentes, o DF apresentou tendência de crescimento das exportações nos últimos 20 anos. Os principais produtos de exportação na região em 2023 foram carnes de aves e soja. Somadas, essas mercadorias responderam por mais de 75% do valor exportado pela capital. No entanto, outros setores da indústria do DF possuem potencial significativo para a exportação.
"A nossa pauta exportadora ainda é muito concentrada em poucos produtos, especialmente carne e soja, mas sabemos que temos um conjunto de empresas com diferenciais competitivos muito interessantes do ponto de vista de design, moda, economia criativa, joias e alimentos processados, por exemplo. São esses segmentos que a gente quer explorar e que a gente quer estimular cada vez mais que acessem o mercado internacional. Vamos capacitar empresas e empreendedores que queiram começar a exportar. A ideia é que a gente consiga aumentar o número de exportadores aqui no Distrito Federal", pontuou a diretora.
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